28 outubro, 2007

O Culto dos mortos!

Hoje fomos almoçar a casa da minha sogra, que ficou viúva em Janeiro deste ano.
Então, quando nos estávamos a vir embora, ela vira-se para o meu gajo e diz: Olha... tens que ir comigo ao Cemitério do Alto... pois o teu pai já não me pode levar... e depois.. tens que ir comigo ao Cemitério aqui da zona, para vermos a campa do teu pai, no dia 1 de Novembro.

Eu que sou uma pessoa que não sou dada a crenças, gostava que alguém me explicasse o que é isto?! Porque raios existe um dia em que toda a malta vai a correr a todos os cemitérios onde têm parentes enterrados, provocando assim um aumento em flecha no preço das flores e engarrafamentos?!

Sinceramente eu sou daquelas pessoas que acho que uma pessoa depois de morta até podía ir para a incineradora municipal, pois não penso que seja por ter uma laje de mármore branco e umas flores artificiais que estamos a honrar a pessoa falecida. Mas sim, se pensarmos nela com carinho, como eu ainda faço ao fim de tantos , tantos anos com o meu querido Bruno.

Mas prontos... não sei se me conseguirei escapar a isso... o meu feriado parece prometer... :\

5 comentários:

Alf disse...

Percebo-te. Apesar de o meu pai ter morrido e de muitas vezes me dar uma saudade danada não me apetece nada ir ao cemitério. E no dia 1 muito menos. Não sou de romarias...

Anónimo disse...

Olha eu não vou em carneiradas.
Já não tenho mãe há 11 anos e desde o funeral que nunca mais voltei ao cemitério. Para quê? Ela já não está lá, o que lá ficou foi a carcaça que ela usava enquanto viva. Acredito, sim, na eternidade da alma, que é essa que devemos lembrar com amor, carinho e muito respeito. Mas isto sou eu que acredito nestas coisas de reencarnação e vida depois da "morte". Respeito todas as ideologias, mesmo aquelas que me custam imennnnnnso a entender!
Beijocas da Ana

MoonWolf disse...

Pois é.. Isto deve ser mesmo uma questão de infância... Para mim, os cemitérios sempre foram um local simpático... Desde muito pequeno q eu ía, com a minha avó, aquele local calmo, árido apesar de tão atafulhado de caixinhas brancas, com imensas fotografias em cima, q nunca me senti mal por lá... Gostava de ver as flores e por lá passeava... A minha avó tratava da campa onde estava sepultada o filha mais velha, e o marido, o meu avô... Tinha muita mágoa no seu coração, pois não é normal um pai enterrar um filho, mas o seu sorriso calmo e os seus olhos meigos sempre me acolheram...

Por isso, a ida ao cemitérios, não é nada de novo para mim... Não gosto nada desse dia em especial, pois parece q só nesse dia é q as pessoas se lembram de q tiveram alguém, e q esse alguém já não anda por aqui... Prefiro ir dias depois, sozinho, para poder, em paz, fazer a minha homenagem a quem tantas saudades me deixou...

Mas este ano irei... Não por mim, mas pela minha mãe... ela precisa q eu a acompanhe, q lhe dê o ombro q ela sempre me deu, incondicionalmente, ao longo da minha vida... e, se o meu pai não pode ir, ele próprio, irei eu...

Espero não ter sido enfadonho, mas tinha q escrever o q me vai na alma...

Cada um vive a dor, à sua maneira...

Um Beijo...

PS... Tenho imensas saudades vossas...

Mãe Happy disse...

Meu querido.
Claro que és bem vindo a escrever sempre o que te vai na alma.
Sabes que eu não tenho nada contra cemitérios. Apenas contra o culto para os outros verem.. e aqui entra a minha infância, em que sempre ouvi a minha avó dizer que tinha que levar flores à campa do marido, não fossem os outros pensar que ela não se interessava pela campa! E logo ela, que eu sei que nunca foi aquela esposa dedicada e apaixonada. Não, durante a minha vida, nem durante a vida do meu pai.
E essa peregrinação no dia 1 é que me deixa realmente fora de mim. Pois aí é o expoente máximo do ir para os outros verem.
Sei que não é o caso da tua mãe. Principalmente sendo tudo tão recente. Mas sabes bem que tive uma educação muito diferente da tua!

Beijos

MoonWolf disse...

Beijinhos por seres como és...

Go de ti