Acto falhado!

O meu pai trabalha na marinha mercante. Foram inúmeros os natais que não passei com ele, os aniversários em que ele não estava em casa, e até mesmo quando nasci, ele só chegou 1 semana depois para me conhecer.
É uma profissão de treta, pois obriga a afastamentos entre a pessoa e a sua família, com as eventuais consequências que isso pode trazer, como divórcios em massa e filhos que mal reconhecem os pais.
Felizmente, no meu caso, a minha mãe e o meu pai sempre souberam dar a volta à distância e até que aproveitaram esse factor, para, ao fim de mais de 30 anos de casados, estarem eternamente apaixonados, quais adolescentes. E no que toca a nós, as filhas, também o meu pai soube compensar muito bem a distância, estando muito connosco quando estava de férias e a minha mãe sempre autorizou que faltássemos às aulas para irmos ver o pai. Era mesmo esse o motivo a aparecer na caderneta do aluno, naquelas folhinhas verdes que ainda tenho para aqui!

Se bem que já estou habituada a ver o meu pai de quando, em quando, ainda existem ocasiões em que a profissão dele me deixa profundamente triste.
Chegámos de Cabo Verde dia 11. O meu pai tem andado por fora... logo... ainda não conhece a Kuka! Já viu uma ou outra foto; já falou connosco sobre ela; mas o que é um facto e que ainda não a conseguiu conhecer.
Hoje estava previsto irmos ter com ele a Sines. Íamos lá apresentar-lhe a neta!

O vendaval que se faz sentir + uma reparação num dos cais = planos desfeitos.
Fiquei triste... agora só talvez lá para 4 de Novembro...
Ou na pior das hipóteses... ele desembarca lá para os inícios de Dezembro! :(