02 abril, 2009

Análises, diabéticos, filas, grrr

Ontem levantei-me às 6.30 para ir fazer análises.
O sistema no hospital é o seguinte. Começam a chamar as senhas às 8 e depois de entregares a senha e deles marcarem o teu nome lá na lista, esperas que te chamem pelo nome para tirar sangue.
Agora... duas nuances... 
Primeiro o pessoal começa a juntar-se no hospital por volta das 7 da manhã...
Segundo, as grávidas, os diabéticos e as crianças têm prioridade.

Como o plano era eu ir e vir enquanto o gajo dormia para que ele não chegasse atrasado ao trabalho, lá me levantei a essa hora obscena (principalmente porque às 2 ainda dava voltas na cama) e cheguei ao hospital às 7.20.
Tiro a senha nº 38 e começo a desesperar-me.
Espero uns penosos 40 minutos enquanto vejo o pessoal a chegar... e a aglomerar-se em frente ao guichet fechado, como se isso fizesse o número da sua senha ficar menor.
Às 8.00 começam a chamar... o primeiro número era o 30. Ah... menos mal, pensei eu.

Chamam o 30, 31, 32, 33, 34, 35,  e tudo bem...

Depois começam a chegar os diabéticos... todos de cartãozinho em punho a reclamar a sua prioridade.

Chamam o 36, o 37 e quando chega a minha vez deparo-me com a seguinte cena:

Uma das tipas do guichet atendia uma pessoa diabética, a outra atendia outra pessoa. Vem um velho, de cartão dos diabéticos em punho e exige ser atendido de imediato. Ambas as mulheres disseram que ele tinha que esperar. Mas aí é que ele começa a dizer que tem direito! Porque é diabético, tem que ir dar a insulina e não pode esperar. Piorou quando a mulher lhe disse que os diabéticos têm efectivamente prioridade sobre as restantes pessoas, mas que também têm que esperar a sua vez, dentro da fila dos diabéticos... Aí é que o homem se passou... começa a dizer que aos 78 anos ainda lhe dava um choque da diabetes e que não sei quê e que era uma vergonha...

Eu só sei que o que me estava a dar vontade era de mandar um murro no homem. E sinceramente todo aquele discurso me fez lembrar bastante o meu avô materno, diabético também e que morreu quando eu tinha 19 anos, depois de mais de um ano sem eu lhe dirigir a palavra. 

O que vale é que até me despachei depressa. A técnica era muito simpática e consegui chegar a casa a horas do homem ir trabalhar sem chegar atrasado.. e ainda deu para um cafézinho a dois, ali na cozinha. :)

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